Câncer de Próstata
O que é?
É o segundo câncer mais frequente em homens, sendo mais incidente em indivíduos da raça negra do que em caucasianos. Esta doença maligna se origina com mais frequência em células da zona periférica (parte externa) da glândula.
Embora em grande parte dos casos o tumor tenha um crescimento lento, o câncer pode eventualmente crescer para fora da próstata, gerando acometimento de linfonodos (gânglios) e metástases para outros órgãos, principalmente ossos.
Sintomas
Diagnóstico
A principal arma no tratamento do câncer prostático é o diagnóstico precoce. O exame clínico e o exame de sangue de PSA são utilizados para a detecção do tumor e devem ser realizados a partir dos 50 anos em indivíduos caucasianos e sem antecedente familiar de tumor de próstata, em a partir dos 45 anos em indivíduos com antecedente familiar e da raça negra. A biópsia prostática é utilizada para a confirmação da doença, gerando não só o diagnóstico do câncer de próstata mas também dados muito importantes para a escolha do melhor tratamento, e é, normalmente, precedida da ressonância magnética multiparamétrica de próstata para aumentar a eficiência e precisão da biópsia.
A partir do diagnóstico e estadiamento adequados, o tratamento do câncer de próstata varia individualmente de acordo com cada caso clínico, podendo ser realizado através de cirurgia, radioterapia externa, braquiterapia, tratamento hormonal, e observação em casos selecionados. Normalmente casos de tumores pouco agressivos (Gleason 6, PSA < 10 e pequeno número de fragmentos acometidos pela doença na biópsia) são passíveis de ser acompanhados. Durante este acompanhamento (active surveillance ou vigilância ativa) é necessário realizar o PSA de maneira frequente, além de RNM e nova biópsia da próstata a cada 1-2 anos para maior segurança.
HIFU no tratamento de tumores de baixo risco
Em pacientes com tumores de baixa agressividade e baixo volume com contra-indicação para o tratamento cirúrgico, ou em pacientes que optem por não receber o active surveillance ou o tratamento padrão-ouro definitivo, a terapia focal, modalidade realizada através da destruição do tecido tumoral sem a remoção completa do órgão, pode ser uma alternativa. Esta ser executada utilizando energia térmica, através da crioablação (congelamento da área tumoral) ou HIFU (ultrassom de alta intensidade através do aquecimento regional da próstata), ou utilizando-se a terapia vascular fotodinâmica (Tookad ®).
O HIFU já está disponível em vários hospitais no Brasil e seu equipamento mais moderno é o FocalOne® (EDAP TMS). O tratamento é realizado em regime de hospital-dia, sob sedação, através de um probe transretal, monitorado em tempo real com a imagem da ressonância de próstata realizada antes do tratamento. Para evitar efeitos colaterais maiores, recomenda-se que o tratamento com o HIFU seja de ablação focal, ou seja, somente na área acometida pelo tumor (utilizando-se os dados da biópsia e da ressonância). O tratamento de hemiablação (destruição do tecido prostático em todo um lado da glândula) ou ablação completa da próstata devem ser evitados devidos a chance elevada de efeitos colaterais (incontinência, disfunção erétil, fistulas, etc). O seguimento dos pacientes submetidos a este tipo de tratamento é muito semelhante aos pacientes que são acompanhados pela vigilância ativa: PSA de rotina, acompanhados de ressonância da próstata e biópsia a cada 1-2 anos.
Cirurgia Robótica
A cirurgia para tratar o câncer de próstata, a prostatectomia radical, é uma cirurgia complexa que é realizada através da abordagem minimamente invasiva, utilizando-se o acesso robô assistido. O equipamento utilizado (da Vinci Surgical System®, Intuitive Surgical) está sendo utilizado rotineiramente no Brasil desde 2008, com um grande número de sistemas instalados em vários estados. Este acesso proporciona menor perda de sangue, mínima chance de transfusão sanguínea, menos dor, menor tempo de internação e permanência da sonda vesical e recuperação pós-operatória mais rápida. Além disso, um grande número de estudos apontam que a cirurgia robótica apresenta melhores resultados de continência e preservação da potência sexual.
O tempo de internação é de 1-2 dias, e o paciente permanece com uma sonda na uretra (canal da micção) por 7 dias e, normalmente, está apto a exercer atividades esportivas 3 semanas após o procedimento. Após o tratamento é importante manter o seguimento com a coleta rotineira do PSA para monitoramento da doença. Em alguns casos, após a cirurgia, é necessário o complemento do tratamento com a radioterapia, dependendo do resultado da patologia e evolução dos níveis de PSA.