Estenose de JUP: O que é, sintomas e causas da obstrução urinária
O que pode causar estenose de JUP? Quais sintomas o paciente com a condição apresenta? Neste artigo, vamos responder essas e outras dúvidas comuns.
A junção ureteropiélica é o local entre a pelve renal e o canal de ureter, que é responsável por conduzir a urina do rim até a bexiga.
É nesta junção onde mais acontece a obstrução do trato urinário, que pode ser parcial ou completa, prejudicando o fluxo da urina do paciente com essa condição.
Neste artigo, vamos esclarecer as principais dúvidas sobre a Estenose de JUP, uma anomalia muito frequente do trato urinário, que afeta todas as faixas etárias, mas em especial recém-nascidos e crianças. Boa leitura!
O que é estenose de JUP?
Estenose de JUP é a junção do rim com o ureter, espécie de funil que leva a urina até a bexiga. Nessa junção pode ocorrer uma obstrução.
A estenose de junção ureteropélvica (JUP), é uma obstrução do trato urinário, sendo mais frequentemente diagnosticada em crianças, já que o paciente, muitas vezes, já nasce com ela. Contudo, também pode acometer adolescentes, adultos e até mesmo a terceira idade.
Com o passar do tempo, essa obstrução pode predispor a infecção urinária e formação de cálculos no rim obstruído. Além disso, pode afetar a funcionalidade dos órgãos acometidos, prejudicando de forma parcial ou completa a sua função.
A estenose de JUP pode ser dividida de acordo com o número de JUP que apresenta estenose. Sendo classificada dessa forma:
- Quando apenas uma JUP (um lado) apresenta estenose, denomina-se estenose de JUP unilateral;
- Quando ambas as JUPs (dois lados) apresentam estenose, denomina-se estenose de JUP bilateral.
A JUP é o local onde mais acontece a obstrução do trato urinário e, a estenose de JUP, é o bloqueio que inibe o fluxo da urina mais comum.
Quais os sintomas da estenose de JUP?
Dentre os sintomas mais comuns que os pacientes com estenose de JUP podem apresentar, estão:
- Crescimento inadequado da criança;
- Dor lombar;
- Desconforto abdominal, principalmente após a ingestão de líquidos;
- Hematúria (sangue na urina);
- Infecção urinária;
- Formação de cálculos renais.
Ao suspeitar de estenose de JUP, é necessário buscar o auxílio de um urologista, pois a demora no diagnóstico pode levar a perda renal.
Além disso, algumas condições clínicas podem apresentar sintomas semelhantes à estenose de JUP. Dentre elas, os cálculos renais, tumores do urotélio ou inflamação do rim. Por este motivo, existe a necessidade de uma rigorosa avaliação por um médico urologista.
Quais as causas da estenose de JUP?
As causas da estenose de JUP, ainda não são totalmente conhecidas, mas na maioria das vezes ela é congênita, ou seja, o paciente já nasce com uma malformação anatômica em que a junção da pelve ao ureter é estreita. Nesses casos, apesar da estenose de JUP estar presente desde o nascimento, pode ser que a criança apresente sintomas tardiamente.
Já a estenose de JUP adquirida, aparece como consequência de cálculos renais, coágulos de sangue no ureter ou após cirurgias prévias no trato urinário.
Em casos raros, a causa da estenose de JUP pode ser provocada devido traumas no abdômen e acidentes que envolvem grande impacto nessa região, como pancadas.
Como é realizado o diagnóstico da estenose de JUP?
Na maioria das vezes, a estenose de JUP pode ser diagnosticada através da ultrassonografia pré-natal ou após uma infecção urinária que teve origem na criança.
Exames de imagens, como a ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética, podem ser usados para o diagnóstico da estenose de JUP.
Eventualmente, para avaliar a função de cada rim individualmente e demonstrar o grau de obstrução, um exame de cintilografia renal, também poderá ser realizado pelo médico urologista.
Como é feito o tratamento da estenose de JUP?
Em recém-nascidos a melhora da estenose de JUP, ocorre durante o seu desenvolvimento e crescimento até os 18 anos, nesses casos, somente o acompanhamento com ultrassonografia é necessário.
Porém, em alguns casos, o quadro de estenose de JUP pode ser diagnosticado tardiamente ou pode haver uma piora da condição. Nessas situações, a melhor recomendação pode ser o tratamento cirúrgico.
Por isso, é fundamental que o paciente seja acompanhado por um urologista, que fará exames para observar a progressão do quadro clínico e que vai determinar a melhor conduta para um tratamento humanizado e personalizado.
Pieloplastia: cirurgia para estenose de JUP
A cirurgia da estenose de JUP se chama pieloplastia e, em alguns casos, ela pode ser o tratamento mais indicado.
Em crianças a pieloplastia pode ser realizada com o acesso convencional (aberto) ou robô-assistido. Em adultos o acesso minimamente invasivo é o padrão-ouro e deve ser sempre a primeira via para a realização do procedimento.
A taxa de sucesso da pieloplastia, quando realizada por um profissional experiente é alta, podendo ser maior que 95%. O tempo médio da cirurgia é, ao redor, de 1 hora e 30 minutos, e o tempo de internação é em torno de 48 horas.
Após a pieloplastia um cateter é deixado por dentro do ureter (cateter duplo J), por um período médio de 6 semanas.
Riscos da estenose de JUP não tratada
Pacientes que não tratam a estenose de JUP podem apresentar infecções urinárias recorrentes, que provocam complicações no sistema urinário da vítima.
Além disso, quando o paciente não é devidamente acompanhado e tratado por um especialista, a estenose de JUP também poderá provocar cálculos renais, hidronefrose, além de falência da função renal, nos casos bilaterais ou de rim único, podendo haver a necessidade de uma nefrectomia (cirurgia para retirada do rim sem função).
Conclusão
A estenose de JUP é um tipo de obstrução urinária que pode afetar pessoas de qualquer faixa etária, mas em especial recém-nascidos e crianças.
Uma das formas de tratamento mais eficazes é através da cirurgia de pieloplastia, já que quando é realizada por profissionais experientes, pode ter uma taxa de sucesso superior a 90%.
Quando não é tratada, a estenose de JUP pode provocar em suas vítimas infecções urinárias recorrentes e, até mesmo, a perda da função renal.
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